RECORDAR (ÀS VEZES) É VIVER
Cheguei aqui em 1972 só com a cara e a coragem. Vim da roça, de trás da enxada pegado no cabo dela, sem muita vontade, mas era o que eu tinha até então. Cheguei, não sabia de nada, mas fui muito ajudado por um primo que, além de me dar emprego, ainda me ajudou a tirar os documentos e me aconselhou a voltar aos estudos: eu havia parado na antiga 4ª Série do Primário. Sem me alongar muito, toquei em frente, enfrentei dificuldades, caí e me levantei também com a ajuda de Deus e da igreja. Não foi fácil, tive que me acostumar a ser guaçuano, mas valeu a pena. Estudava de noite, trabalhava de dia e ainda fazia poesia. Concluí a 8ª série em 1980 e parti em busca do Ensino Médio, foi difícil, pois naquele tempo tinha que eliminar matérias em outras cidades, em 2000 terminei o 2º Grau e comecei a pensar na Faculdade. Enfim, sem detalhes cansativos e desnecessários, aos trancos e barrancos cheguei até aqui pela ajuda de Deus e pelos empurrõezinhos de algumas pessoas que acreditaram em mim. Não vou citar nomes porque posso esquecer alguns. Perdoem a minha audácia, mas eu queria recordar isto neste final de ano. (18-12-2019)

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