CAPRICHOS DO AMOR
Ela não queria,
nem falar queria,
nem pensar queria,
nem imaginar ela queria,
simplesmente não queria.


Mas ele insistiu no seu palpite,
ultrapassou o seu limite,
prosseguiu no seu afã,
acreditou no amanhã,
declarou o seu amor
em prosa e verso,
lhe prometeu até o universo,
tanto que meio sem querer,
como se fosse uma aposta
ela ficou de lhe dar uma resposta.
Ela não queria,
não queria, não queria,
mas depois de pensar
de ouvir e de analisar
admitiu que não seria tão ruim,
não seria princípio, nem fim.

E assim...
admitiu pelo menos conversar.
Marcaram, finalmente,
de se encontrar
numa tarde, quase noite,
tudo seria feito de repente,
o amor podia brotar finalmente
com seu modo, com seu jeito,
e aquecer o seu peito.
Mas tanto demorou a sua decisão,
que o seu amado, já cansado,
resolveu de antemão
que não queria mais,
que esperou demais...
E então sem duvidar
e sem pestanejar,
ele lhe disse: NÃO.
Cícero Alvernaz (autor)
02-03-2018.

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