ROUPAS NO VARAL
Começo de ano, sol a pino, calor de janeiro e alguma chuva mansa saltitando qual criança, aparecendo de vez em quando. Nesse ambiente inocente algumas peças de roupas dançam livres no varal acariciadas pelo vento. Junto tudo isto e formo uma crônica aproveitando esse material que, em parte, sobrou do ano passado. Drummond, em seu famoso poema, afirma que "O ano passado não passou, continua incessantemente. Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados". (O ano passado, Carlos Drummond de Andrade). Mas o ano novo já chegou e assumiu com todas as homenagens e festas as rédeas para a grande jornada de 365 dias. Portanto, já estamos em 2018, embora ainda haja resquícios de 2017 soltos pelo ar. Diante desta realidade palpável me detenho a olhar o cenário (enquanto ouço um canário cantando no meu quintal). Vejo também outros elementos que desfilam pelo espaço, que chamo carinhosamente de "meu paraíso". Olhando um pouco mais vejo um varal onde algumas peças de roupa estão estendidas aquecidas pelos raios benfazejos do sol. Roupas no varal me remetem a um tempo distante, com outros varais e roupas bem mais simples que também eram beijadas pelo sol. Tudo me parece ser um cenário comum, uma paisagem simples, bucólica que só a insistente poesia pode ou poderia torna-la importante e inspiradora. Às vezes, um fato isolado e pouco percebido ou valorizado pode inspirar um poeta atento e afeito aos detalhes do dia a dia. A vida é um conjunto de fatos e de feitos, de ações mescladas a decepções, emoções e sonhos que completam esse ciclo maravilhoso que é viver e aproveitar a vida. As roupas, de que falei a pouco, continuam estendidas, suspensas no varal. Como no ano passado, elas representam uma ação, uma necessidade, um dom, algo bom e necessário misturado ao dia, à expectativa de um novo ano que acabou de se sentar no seu enigmático trono. Eu me pergunto, diante deste cenário tão auspicioso: Como será este ano de 2018? Como ele vai evoluir e fluir diante de tudo que deve ocorrer no transcorrer do mesmo? Teremos eleições, Copa do Mundo, o julgamento (pra valer) de um ex-presidente da República, acusado de um rosário de crimes que, se fosse um cidadão comum, já estaria preso e condenado a dezenas de anos de cadeia. O Brasil, efetivamente, no quesito justiça não é mais o mesmo. Aguardemos o desfecho desse julgamento. Teremos Copa do Mundo na Rússia e todos os holofotes estarão voltados para lá no mês de junho. Teremos muito mais no dia a dia, na economia e até no universo da poesia. Tudo converge para esse centro nervoso do poder, seja ele qual for. E no meio desta arena está a igreja, quase sempre ignorada, mas que tem um papel preponderante nesse contexto. Enquanto escrevo percebo que os canários pararam de cantar, olhando para o varal vejo que alguém já recolheu as roupas. Só me resta também me recolher com as minhas idiossincrasias, ideias malucas e suposições. O vento sopra, o varal de roupas agora sem roupas, e o sol, não têm o mesmo ímpeto, o mesmo calor. É hora de afrouxar o nó da gravata imaginária e aguardar que 2018 seja, realmente, um próspero ano novo, com, ou sem roupas no varal. Quem viver até lá verá!
Começo de ano, sol a pino, calor de janeiro e alguma chuva mansa saltitando qual criança, aparecendo de vez em quando. Nesse ambiente inocente algumas peças de roupas dançam livres no varal acariciadas pelo vento. Junto tudo isto e formo uma crônica aproveitando esse material que, em parte, sobrou do ano passado. Drummond, em seu famoso poema, afirma que "O ano passado não passou, continua incessantemente. Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados". (O ano passado, Carlos Drummond de Andrade). Mas o ano novo já chegou e assumiu com todas as homenagens e festas as rédeas para a grande jornada de 365 dias. Portanto, já estamos em 2018, embora ainda haja resquícios de 2017 soltos pelo ar. Diante desta realidade palpável me detenho a olhar o cenário (enquanto ouço um canário cantando no meu quintal). Vejo também outros elementos que desfilam pelo espaço, que chamo carinhosamente de "meu paraíso". Olhando um pouco mais vejo um varal onde algumas peças de roupa estão estendidas aquecidas pelos raios benfazejos do sol. Roupas no varal me remetem a um tempo distante, com outros varais e roupas bem mais simples que também eram beijadas pelo sol. Tudo me parece ser um cenário comum, uma paisagem simples, bucólica que só a insistente poesia pode ou poderia torna-la importante e inspiradora. Às vezes, um fato isolado e pouco percebido ou valorizado pode inspirar um poeta atento e afeito aos detalhes do dia a dia. A vida é um conjunto de fatos e de feitos, de ações mescladas a decepções, emoções e sonhos que completam esse ciclo maravilhoso que é viver e aproveitar a vida. As roupas, de que falei a pouco, continuam estendidas, suspensas no varal. Como no ano passado, elas representam uma ação, uma necessidade, um dom, algo bom e necessário misturado ao dia, à expectativa de um novo ano que acabou de se sentar no seu enigmático trono. Eu me pergunto, diante deste cenário tão auspicioso: Como será este ano de 2018? Como ele vai evoluir e fluir diante de tudo que deve ocorrer no transcorrer do mesmo? Teremos eleições, Copa do Mundo, o julgamento (pra valer) de um ex-presidente da República, acusado de um rosário de crimes que, se fosse um cidadão comum, já estaria preso e condenado a dezenas de anos de cadeia. O Brasil, efetivamente, no quesito justiça não é mais o mesmo. Aguardemos o desfecho desse julgamento. Teremos Copa do Mundo na Rússia e todos os holofotes estarão voltados para lá no mês de junho. Teremos muito mais no dia a dia, na economia e até no universo da poesia. Tudo converge para esse centro nervoso do poder, seja ele qual for. E no meio desta arena está a igreja, quase sempre ignorada, mas que tem um papel preponderante nesse contexto. Enquanto escrevo percebo que os canários pararam de cantar, olhando para o varal vejo que alguém já recolheu as roupas. Só me resta também me recolher com as minhas idiossincrasias, ideias malucas e suposições. O vento sopra, o varal de roupas agora sem roupas, e o sol, não têm o mesmo ímpeto, o mesmo calor. É hora de afrouxar o nó da gravata imaginária e aguardar que 2018 seja, realmente, um próspero ano novo, com, ou sem roupas no varal. Quem viver até lá verá!
Comentários