HOMEM INQUIETO
Sou um homem inquieto,
não tenho desafetos,
não tenho amigos prediletos,
na verdade, nem sei se tenho amigos.
Sou inquieto quando falo,
sou inquieto quando me calo,
sou inquieto quando durmo,
sou inquieto quanto estou acordado,
faço gestos largos, desmedidos,
falo sozinho, invento histórias,
tenho muitas e inquietas memórias,
observo tudo, vejo além da vista,
imagino coisas, faço entrevistas,
me conto histórias sem nexo,
sem lógica e sem sexo,
histórias que surgem do nada,
personagens que vem na estrada
e seguem o seu itinerário
com destino a um país imaginário.
Sou um homem inquieto,
não tenho desafetos,
tenho, sim, alguns projetos
que não posso revelar.
E um deles, com certeza,
é viver, viver e amar.
Cícero Alvernaz (autor)
03-01-2018.

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