ESCREVO PARA NÃO MORRER DE TÉDIO

Escrevo para não morrer de tédio,
escrevo para não morrer por dentro,
escrevo para contar os meus segredos
e para espantar os meus medos,
escrevo porque não tenho mais o que fazer
nesta vida sem propósito e sem nexo.
Escrevo porque me sinto bem assim,
escrevo porque ainda não chegou meu fim
e quando ele chegar vou continuar escrevendo.

Na vida, todos fazem alguma coisa:
o ladrão rouba, o político mente e engana,
o trabalhador corta cana de sol a sol,
a dona de casa lava, cozinha e passa,
o pedreiro faz carinho na massa
enquanto o dia passa,
e a casa vai sendo erguida.
O médico tenta salvar vidas,
mas nem sempre dá conta do recado.

Eu escrevo por vários motivos,
principalmente porque estou vivo
e meu coração pede e insiste.
Na vida, todos fazem alguma coisa:
o comerciante faz o seu balanço,
o funcionário público conta as horas
para a sua aposentadoria
e depois que se aposenta se entendia
e eu escrevo para não morrer de tédio.

Cícero Alvernaz (autor), 17-09-2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL