AQUELA PORTA

Aquela porta quando abria
fazia barulho, rangia,
alguma coisa pedia,
e de dor estremecia
talvez pedindo socorro.

E depois quando fechava
nenhuma greta deixava
e assim ninguém escutava
o que se fazia lá dentro.

Eu criança curiosa
gostava de abrir a porta
que era velha, meio torta,
para ver o outro lado.

Mas era tudo normal,
tudo simples igualmente,
lá dentro não tinha gente:
era a porta que gemia
com seu jeito irreverente.

Aquela porta quando abria
parece até que sorria,
dava boas gargalhadas,
parecia um fantasma
assim no meio do dia.

Bem detrás daquela porta
alguma pessoa morta
ou coisa do outro mundo,
era tudo invenção,
era imaginação.

Na verdade, nada tinha,
mas eu ouvia e via
e depois então corria
com medo daquela porta.

Cícero Alvernaz (autor) 14-09-2015.

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