MEU PAI

Quando o meu pai faleceu eu me segurei,
não chorei, nem sequer lastimei.
Fiz o que todo bom filho faz
e depois do enterro segui em paz,
me lembro que passei num mercado
e depois fui embora
como se nada tivesse acontecido.
Tudo transcorreu normalmente,
como se eu estivesse dormindo,
ou estivesse anestesiado.
No outro dia me levantei
e fiz o que fazia todo dia,
segui a minha rotina diária
como se nada diferente
tivesse acontecido.
Alguns dias se passaram
e um dia eu acordei
e me lembrei que meu pai
já não estava mais entre nós.
Eu nunca mais ia ouvir a sua voz
me pedindo para fazer uma oração,
ou qualquer outra ação.
Não vi mais o meu pai e nunca mais o ouvi.
Desde então eu sinto a sua ausência,
sinto falta dele e às vezes fico lembrando
o seu jeito de me falar
e sinto falta das histórias
que ele gostava de me contar.

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