CADA UM SABE
Cada um sabe
onde dói a ferida,
onde aperta o sapato,
onde chega o pranto,
de onde vem o espanto,
o chorar, a cara feia,
onde a vida se incendeia,
onde o chão se abre
e o vestido se rasga
e a criança se engasga,
onde a fruta apodrece...
Cada um sabe
quando a noite escurece,
quando o dia amanhece,
quando chega a prece,
quando o sonho se queda,
quando o leite azeda,
quando a flor se desprende,
quando o homem se ofende,
quando a traça corrói,
quando o fogo destrói.
Cada um sabe
onde o povo se esconde,
onde o gado se deita,
onde o homem se ajeita,
onde o sol vai se por,
as razões do amor,
os caprichos da dor,
as nuances da cor.
Cícero Alvernaz (autor) 20-02-2016.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL