O MEU AMIGO PETISTA

 Meu amigo petista andava acabrunhado e chateado com os últimos acontecimentos envolvendo o seu partido, mas, não obstante, continuava firme defendendo aquele que ele dizia ser “o último grande Partido de esquerda do Brasil”. Questionado, ele sempre respondia que o Brasil deve tudo que tem ás administrações petistas e que Lula foi o maior presidente que o Brasil já teve. Quando foi perguntado sobre a presidente (a) Dilma ele tentou se esquivar afirmando que ela é vítima da direita, de um complô e que vai dar a volta por cima e provar  que é inocente e que tudo que fez foi para o bem do Brasil. Quando foi perguntado sobre as “pedaladas”, ele se esquivou de novo. Percebi então que o meu amigo petista, politicamente falando, além de ser surdo é também estrábico e mal intencionado. Era um caso quase perdido.
 No meu afã de conversar sobre política, perguntei-lhe se ele já tinha ouvido falar da crise que varre o País de Norte a Sul, crise esta que se transformou em um tsunami partindo de uma simples “marolinha”. Ele desconversou e disse que a crise é mundial e que não vê motivos para tanto alarde. Novamente, voltou a citar a direita, as elites e a “turma do quanto pior melhor” se referindo claramente à oposição. Então eu lhe disse que ele está superestimando a direita, “que foi capaz de produzir uma crise sem precedentes em nossa historia de 515 anos”. Se a direita estivesse no poder poderia usar esta mesma força de persuasão e inteligência para tirar o País do buraco. Meu amigo petista ficou quieto, então eu lhe lembrei que o PT está no poder a quase 13 anos e até agora, em minha opinião, só fez “caca”, começando com o famigerado mensalão e por aí vai, culminando com o que se vê hoje.
 Percebi que ele estava querendo escapar, afirmando que eu só falava isto porque odiava o PT e sempre escrevi a mesma coisa sobre este Partido. Eu lhe disse que escrevo poesias também e modéstia à parte ganhei alguns prêmios, inclusive tenho um poema sobre o Mensalão, que eu quis lhe mostrar, mas ele rejeitou. Eu lhe disse, com uma certa ironia, que já tentei diversas vezes escrever algum texto favorável ao seu partido, mas a minha consciência sempre me acusou e eu tive que rever o meu projeto. Meu amigo petista, depois de pensar um pouco acabou confessando que também discorda de algumas coisas do seu partido. Quando eu quis saber quais coisas, ele me disse que este assunto é de fórum íntimo. Preferi não insistir, mas isto já é um bom começo e, quem sabe, poderá ensejar uma nova conversa. No fundo no fundo fiquei com pena do meu amigo petista. E com mais pena ainda do povo brasileiro.

Cícero Alvernaz, 60, é cidadão brasileiro, guaçuano e aposentado.
Mogi Guaçu, 26-10-2015.

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