NO ÔNIBUS

Primeiro compra a passagem
e confere a plataforma,
se não souber se informa
para poder embarcar.

Depois entrega a passagem
ao amigo motorista
que fica com o canhoto
e devolve o restante,
entra - e depois de um instante
já está acomodado
na poltrona bem sentado
aguardando a partida.

Tem os demais passageiros
que cumprem a mesma rotina,
tem senhoras, tem meninas,
tem senhores, rapazolas,
tem até quem pede esmola
causando constrangimento.

O ônibus parte silente
carregando essa gente,
uns tristes, outros contentes,
uns calmos, outros aflitos,
passageiros esquisitos
formando uma corrente.

Toda viagem transcorre
sem nenhuma novidade,
gente de todas idades
buscando o seu destino,
e tem sempre um menino
que apronta, ri e chora,
tem uma velha maluca,
tem um velho de peruca,
tem uma moça pintada
e tem outra tatuada,
tem uma dona "folgada"
que nunca se aquieta,
e tem até um poeta
que fica olhando a paisagem
durante toda viagem
e escreve alguma coisa
numa folha de papel.

O ônibus corre manhoso,
tem até religioso
consultando seu rosário,
silencioso a rezar.
E o que mais tem na viagem,
além da linda paisagem
é gente com seu celular.

Cícero Alvernaz (autor) 26-10-2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL