NOITE
Nas ruas, nos becos, nos
antros,
Permeiam tristezas e
prantos
Nos rostos cansados,
sofridos,
De longe se ouve gemidos
Que aumentam ao som da
cidade.
Tristeza, rumores,
maldade,
Que o tempo espalha no
ar,
Nas ruas, nos becos, nos
antros,
Há sempre alguém a
chorar.
A noite protege,
esconde,
Segredos que a vida
produz,
E muitos caminham
perdidos
No tempo buscando a luz.
A noite é teia que
prende,
É brusca palavra que
ofende,
Respira um ar poluído,
Caminha o homem perdido
–
Há sempre alguém a
chorar.
Nas ruas, nos becos, nos
antros,
Por sob marquises e
pontes,
Envoltos em lúgubres
mantos
Um povo procura o sonho.
Tristeza, miséria,
insônia,
Os olhos perdidos sem
luz,
Buscando achar um
abrigo.
Caminha o homem cansado,
Exposto a todo perigo.
Cícero Alvernaz (autor),
09-04-2014.
Mogi Guaçu, SP.
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