O VENTILADOR

         Ele roda e gira em diversas velocidades tentando afastar ou amenizar o calor que sufoca tanta gente. Mas o calor continua com o seu ar de zombaria fazendo gracejos e sorrindo do ventilador.
         O ventilador se cansa e se esquenta e de tanto cansaço quase se arrebenta, mas não aguenta amenizar o calor. Suas hélices continuam girando quentes e cansadas enquanto o calor “nada de braçadas” e dá suas risadas do esforçado ventilador.
         É a dança da vida, a luta renhida do bem contra o mal que nos aprisiona e nos devora. E, por outro lado, é a força do calor da natureza contra a qual a tecnologia pouco ou nada consegue fazer.  Um aprendizado que poucos descobrem e poucos dele se utilizam.
         O ventilador de parede, de teto ou no chão apoiado em algum lugar ou seguro por alguma haste faz a sua parte e tenta beneficiar alguém. No entanto, o máximo que ele consegue é fazer barulho e espalhar os papéis e jogá-los ao chão, e alguém depois terá o trabalho de apanhá-los. Em tudo isto podemos aprender uma lição que um dia poderá nos servir.
         Mas há pessoas que gostam do ventilador e não vivem sem ele! Há até aqueles que dormem com o ventilador ligado, correndo sérios riscos. Mas eles se arriscam, mesmo sabendo disto. Algumas pessoas, mesmo não estando muito quente, ligam o ventilador, talvez porque gostam do seu barulhinho e do seu ventinho fazendo voar os papeizinhos...
         Na vida nem sempre temos aquilo que gostamos e nem sempre gostamos daquilo que temos. Ás vezes precisamos tolerar muitas coisas em nome da convivência e até da amizade. E a tolerância é colocada em prática mostrando e assim nos ensinando. Portanto, se algum ventilador estiver nos perturbando como se fosse um helicóptero sobre as nossas cabeças façamos de conta que isto é uma agradável música, uma canção melodiosa e doce.
         O tempo nos vai dizer que valeu a pena suportar e tolerar. A colheita depois valerá a pena. Durante este ano de 2014 muitos “ventiladores” serão ligados e desligados e seremos elogiados, irritados e testados, mas aguentemos firmes porque isto também faz parte de nosso aprendizado que poderá ser breve ou longo, mas dele, com certeza, ninguém conseguirá escapar. Esta é a lei da vida.

         Cícero Alvernaz (Autor) Mogi Guaçu, 29-12-2012.
        

         

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL