2014 – UM ANO ATÍPICO
Estamos em março, o terceiro mês do
ano, e já aconteceram muitos fatos este ano, tanto no campo da economia quanto
da política e do esporte. Sempre tive o hábito de ler jornais, e de tanto ler
jornais acabei me enveredando pelo caminho do jornalismo ocupando um espaço que
me parecia impossível, pois eu nunca achei que seria capaz de escrever em
jornais ou em outro órgão da imprensa. Mas os caminhos me trouxeram ou me
levaram, e aqui estou há três décadas.
Este ano é atípico. Todo mundo imagina
o que pode acontecer, mas nunca se pode saber, com certeza, o que nos espera. Depois
de tanto tentar, buscar e implorar, o Brasil, depois de 64 anos, conseguiu
junto a FIFA o direito de realizar a Copa do Mundo. Em 1983, a FIFA através de seu
presidente na época, João Havelange, procurou o então presidente da República,
João Batista Figueiredo visando realizar aqui este evento no ano de 1986, e
recebeu um sonoro não (conforme foi noticiado no Jornal Zero Hora do dia 11 de
março de 1983). Hoje, no entanto, estamos às vésperas de uma Copa do Mundo no
Brasil, e a pergunta é: será que hoje temos melhores condições do que naquele
tempo?
Muitas pessoas protestaram e estão
protestando em função dos gastos exorbitantes (mais de 33 bilhões de reais) que,
segundo alguns, serão praticamente jogados no lixo considerando que após a Copa
o Brasil não terá condições de conservar esses estádios padrão FIFA, como está
acontecendo com o estádio Engenhão, no Rio, que hoje até corre o risco de
desabamento. O maior problema nem é a Copa em si, o maior problema é o pós
Copa. O que fazer depois com esses estádios construídos em Estados onde
praticamente não há futebol? No Mato Grosso, Brasília e Amazonas
principalmente. E o superfaturamento? Enquanto se gasta esta fábula, o nosso
País não tem nenhuma estrutura no serviço público; há hospitais que não tem nem
sequer os materiais básicos. Depois da
Copa isto vai aparecer mais e poderá causar mais indignação entre os cidadãos
conscientes.
O ano de 2014 é atípico. Copa do Mundo
e eleições no mesmo ano. O Governo está usando e abusando do seu direito de
gastar e escamotear a verdadeira situação do País, sonhando com uma reeleição
que poderá acontecer, e com certeza será altamente prejudicial ao País. Tanta
confusão, tanta desgraça em todas as áreas, e o PT sonhando em se perpetuar no
poder usando todas as forças imagináveis e inimagináveis. Eu temo pelo futuro
deste País. Não concordo com esta forma de fazer política e com as armas que
são empregadas para conseguir o voto do cidadão menos avisado através de Bolsas
que parecem não ter limites e sem nenhuma função realmente social. Não entendo
como o Congresso não faz nada para tentar brecar isto. Vamos aguardar a Copa do
Mundo e torcer para que não haja violência acima do normal, ou seja, violência
acima daquela com a qual já estamos acostumados no nosso dia a dia e contra a qual
ninguém faz absolutamente nada. Meu Deus! Até onde vai este País com tanta
desfaçatez e todo tipo de corrupção e de corruptos? Será que esse poço tem fundo?
Cícero Alvernaz (Membro da Academia
Guaçuana de Letras)
Mogi Guaçu, 01 de março de 2014.
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