PAIXÃO

Aos poucos ela se entrega,
Vai despindo seu mistério,
Vai se abrindo em silêncio.
Como a chuva de mansinho
Ela vem devagarinho
E me olha com carinho
Sem perguntar o que eu penso.

Aos poucos ela me toca
E sem querer me provoca
Sorrindo, sem nada dizer.
Como o vento no arvoredo
Ela me toca sem medo
E faz de mim seu brinquedo,
Sua fonte de prazer.

Depois me deixa perdido,
Mas com fome, atrevido,
Quase louco de paixão.
E tanta coisa me ensina
Com seu jeito de menina,
Mas nossa noite termina
Sem nenhuma explicação.

Comentários

Unknown disse…
Meu caro Cícero, fico realmente inspirado quando passo por aqui. Este teu blog me enche de palavras, dos seus significados e significantes diversos. sinto-me aqui realmente fortalecido, para sair à luta e enfrentar este mundo armado de prosa e poesia. Suas poesias são realmente excelentes, de uma qualidade que pouco encontro em outros lugares. Adorei a do Passarinho Morto e a prosa 15 anos.

Uma constelação de abraços pra ti!!!
Anônimo disse…
Boa noite Cicero

Adorei esta poesia.
Gosto muito e sempre passo por aqui, mas agora comento pela primeira vez.
Muito sucesso

Grande abraço

André Neves

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