A ISTO EU CHAMO SAUDADE

Fazer poesia, estripulia,
cortar a vida em fatias
e alimentar os pombos.
Amar um sabugo de milho,
sentar e conversar com o filho,
armar arapuca,
mas não para pegar passarinho,
só para pegar o vento.
Andar sem destino
como se fosse um menino da roça,
pular sem necessidade
só para sentir o pulo.
Subir numa árvore para se esconder
e depois descer e correr num trilho.
Imaginar um outro mundo
onde tudo fosse aberto
e sem proibições descabidas:
"não faça isto, faça aquilo... "
Se sentir um menino,
independente da idade,
morar na roça e não gostar da cidade.
A isto eu chamo saudade.
04-01-2022.

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