BRECHÓ
Sou do tempo em que a gente vestia um trapim, ia pra rua e ia até na igreja. Hoje as roupas estão sobrando e ainda tem os brechós onde a roupa é quase de graça. Um dia entrei num desses lugares e vi uma camisa verde-musgo, achei bonita e imaginei que fosse uns 20 reais. A moça percebeu que eu estava interessado, se aproximou e então começou o seguinte papo: "Gostou da camisa? É só 3 reais". Não acreditei no preço, comprei sem pedir desconto e paguei de uma vez só. Isto já faz mais de 5 anos e tenho aquela camisa até hoje, por isto estou me lembrando daquele tempo da roça, meu pai amarrava a calça com cipó, ou alguma corda, minha mãe passava uma linha nos buracos, ou colocava um remendo e a gente ia trabalhar assim, às vezes ia até na rua com aquela "roupa de palhaço". Hoje muita gente coloca roupa seminova na lixeira. (11-09-2020)POEMA DA LAVADEIRA
Lava, lava, lavadeira, Com a alma, com a mão. Água canta na torneira Sua líquida canção. Lava, lava, lavadeira, Sem descanso, sem razão. Sua história verdadeira Escreve-se com sabão. Água canta na torneira Sua líquida canção, Lava, lava, lavadeira, Com a alma, com a mão. A manhã é transparente, Brilha o sol com seu calor. Tanto sonho de repente Misturado com suor. Lava, lava, lavadeira, Sua roupa-ganha-pão, Você tem a vida inteira, Pra cumprir sua missão.
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