O POETA É ASSIM
"Ninguém é poeta vinte e quatro horas por dia". Quem disse isto foi o nosso maior poeta, Carlos Drummond de Andrade. Tem horas que o poeta é um pateta, não é capaz, muitas vezes, nem de assinar o seu próprio nome, quanto mais fazer poesia. O poeta é um ser humano muitas vezes estranho, torto, que vive em constante desconforto perseguindo uma sombra e se desviando do sol. É um estranho total, um desnorteado que anda trocando as pernas e cuspindo de lado. Quando ele está assim é melhor não mexer com ele, pois ele pode dar coice como um cavalo mal amansado. O poeta quando está inspirado deixa de lado o seu jeito, a sua vaidade, o seu orgulho, a sua presunção e se entoca, se dilui, se concentra e começa a produzir o seu mel, o seu ouro e, por fim, apresenta o seu tesouro em forma de versos. E assim ele renasce das cinzas, como uma nova Fênix, todo lindo, esplêndido e exuberante.
(24-07-2020)

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