FIM DE ANO
Fim de ano é esse marasmo,
esse sono e essa moleza.
Um banco vazio, um vaso sem flor,
um olhar perdido carregado de tristeza.
Fim de ano é essa incerteza,
esse rito, essa indecisão.
Um cão dormindo ao sol,
um homem sem amor, sem ambição.
Fim de ano é essa letargia,
um livro aberto sem capa.
Um anzol à espera de um peixe,
uma escola sem alunos e sem mapa.
Fim de ano é esse marasmo,
esse abandono, essa preguiça.
Um rádio velho sem som,
uma igreja sem padre e sem missa.
Cícero Alvernaz (autor)
18-12-2016.

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