VISITAS
Elas entram e saem
no meio da noite
enquanto dormimos
sozinhos no escuro.
Nos olham nos olhos,
nos seguem os passos,
e falam baixinho
sussurram de longe...
Descobrem segredos,
nos despem sem pressa,
e zombam de nós.
Então procuramos,
mas elas se escondem,
depois reaparecem,
e brincam sem medo
com seu linguajar.
E fazem poesia,
e contam histórias
sem pé nem cabeça.
São seres estranhos
que cravam seus olhos,
nos deixam sem chão.
Estranhas visitas
ou anjos da guarda,
é isto que são.
Cícero Alvernaz (autor), 02-10-2014.

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