"OS POLÍTICOS E AS FRALDAS DEVEM SER MUDADOS FREQUENTEMENTE"
 
Em nossa cidade foram eleitos 11 vereadores, os candidatos foram 178. A eleição é pelo voto popular, o que parece mais democrático, mas nem sempre é. Sabemos que muitos candidatos usam o poder econômico para se eleger, e a compra de votos, mas ninguém conseguiu proibir nem provar ainda, mas já houve denúncias que, infelizmente, não foram comprovadas. Em tese, todos os candidatos tem as mesmas chances de se eleger, saem todos no zero a zero, como se diz no jargão político. Mas será que é assim mesmo? Será que todos saem em pé de igualdade, como se fosse uma corrida de pedestres? Evidentemente que não. Há candidatos que tem o seu "curral eleitoral", por isto as igrejas são tão procuradas nessa época, candidatos que, claramente, tem mais chances, mais tempo nos comícios e até nos programas radiofônicos e também os chamados "puxadores de voto", que também podem ser conhecidos como Tiriricas. São estratégias que existem na política para se conseguir votos para o partido, para a coligação ou para o candidato majoritário. Assim sendo, a maioria dos candidatos já entra apenas para formar o grupo, colaborar, como dizem. Quando se inicia uma campanha, já se sabe quais os candidatos que tem maiores chances, por vários motivos. Eu pergunto: isto é justo? isto é democrático? São coisas da nossa política, das nossas leis, da nossa cultura política. Mas acontece, às vezes, de um candidato "zero à esquerda" ganhar. Em todas as eleições acontece isto, claro que existe nas eleições proporcionais e nunca nas majoritárias. Mas isto é um pingo d'água no rio político. Geralmente, os candidatos vencedores são os mesmos, ou quase sempre os mesmos. Por esta razão eu sou contra a reeleição, principalmente de vereadores. Deveria mudar todos de quatro em quatro anos. O grande escritor português Eça de Queirós disse certa vez: "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão". A reeleição praticamente não tem nenhum valor, principalmente quando se trata de vereador, cargo em que a pessoa pode-se reeleger quantas vezes quiser ou puder. Alguns entram solteiros e saem bisavós, ou saem só quando morrem. Isto é prejudicial e contraproducente. Mas ninguém, até hoje, teve coragem de por um fim nessa brincadeira de mau gosto. Precisamos de uma reforma política urgente, incluindo na pauta este item vergonhoso, que mancha ainda mais a nossa já manchada política brasileira. Chega de brincar com coisa séria!  


Cícero Alvernaz é aposentado e jornalista. 

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