NA CASA DO POBRE
O
vendedor só vê pobreza
Na
casa do pobre quando bate.
A
porta se abre, o cachorro late,
O
gato mia e tudo principia.
O
tema do assunto é só tristeza, fome,
Amargura,
pobreza,
Falta
de sossego e falta de emprego.
O vendedor, com dó, não
vende, mas dá.
Depois
vai embora
E
deixa tudo como está.
O
pobre agradece
E
diz que não merece,
Mas
precisa.
O
vendedor meneia a cabeça e vai.
Na
casa do pobre falta tudo,
Eu
sei, por isto não me iludo.
Na
casa do pobre só chega o vendedor
E
o político á procura de eleitor
A
cada quatro anos.
Quanta
miséria que há
E
quantos desenganos!
Na
casa do pobre só bate o vendedor,
E
ás vezes o cobrador desiludido...
Ninguém procura o pobre,
Ele
mora longe, mora mal.
O
pobre é um simples fulano de tal -
E
tudo isto só vem mais uma vez comprovar
Que
este mundo é mesmo desigual.
Cícero
Alvernaz, 10-07-2012.
Mogi
Guaçu, SP.
Comentários