QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer não fale nada, não faça elogios,
não "quebre o meu galho" dizendo coisas
que eu não era e, na verdade, nunca fui.
Não faça discursos fúnebres do tipo:
"Ele era um grande homem, um poeta notável",
de notável eu não tenho nada,
tanto não tenho que poucos me notam quando eu passo
e alguns até me negam um abraço.
Quando eu morrer, apenas falem o necessário,
o óbvio, o trivial, o natural, o normal.
De que adianta falar e gesticular
se eu não estarei mais aqui para agradecer ou retrucar?
Quando eu morrer, deixem-me ir em paz
da mesma forma que eu aqui cheguei e por aqui passei.
23-03-2022.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL