ENFIM, EU SOU ASSIM

Sou uma pessoa comum.
Minha fala, meu papel de bala,
a manga da camisa, o vento que vem
a brisa que balança as folhas,
o sorriso sem vontade,
o sonho que vem em qualquer idade,
o livro que ninguém mais lê
e esse jeito especial que eu vejo em você.
Não tenho nada de especial,
não tenho nada que me distinga dos outros,
nem esse jeito que eu tenho
que a ninguém atrai
como um vidro vazio que cai.
Sou uma pessoa comum.
Meus versos não são estudados,
nem marcados a lápis ou a caneta.
Eles nunca foram decorados
e depois recitados numa faculdade
ou numa igreja.
Nunca fui de me apegar, esse é o meu jeito.
Tenho medo de me apegar a alguém.
Já sofri muito por conta disto.
Já amei muito, já bebi de várias fontes,
já fui a Belo Horizonte,
viajei a noite toda só pra ver alguém
e depois voltei sem ninguém,
sem sequer sentir alguém de repente
pairando em minha mente.
Enfim, eu sou assim.

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