MINHA MÃE

Minha mãe ia à cidade buscar alguma coisa:
uma roupa, ou mesmo comida
que alguma alma bondosa lhe dava.
Eu ficava em casa com saudade
esperando para ver o que ela ia trazer.
A saudade apertava, eu me levantava
e ia olhar se ela vinha.
Mas o ônibus demorava
e às vezes eu chorava sozinho.
Era uma saudade diferente, uma saudade boba,
coisa de criança carente
que não podia ficar longe da mãe.
Eu saía lá fora e olhava, ia na beira da estrada,
mas nada me consolava.
Voltava pra dentro e esperava.
Eu só me sossegava
quando a minha mãe chegava.
Ela sempre trazia algum presente
que muito me alegrava.
07-06-2021.

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