MINHA INFÂNCIA E O MEU PRIMEIRO DINHEIRO

A primeira vez que eu peguei em dinheiro foi lá no interior de Minas. Eu peguei, olhei, esfreguei, dobrei e até chorei de tanta alegria e felicidade. Eu era um menino bem pobre, de família simples, meu pai era roceiro, minha mãe era dona de casa e meus irmãos ajudavam o meu pai na roça. Eu era o mais novo, estudava e fazia alguma coisa, ajudava minha mãe e levava comida na roça. Ajudava a olhar a casa, tocava as galinhas quando elas entravam dentro de casa, tratava dos porcos e varria o terreiro. A primeira vez que eu peguei em dinheiro foi emocionante, eu nunca tinha visto aquilo, as notas estavam novinhas, tinha uns números e umas caras diferentes, uns desenhos e algumas coisas escritas. Fiquei sabendo que cada nota tinha um valor: tinha notas de 1, de 2, de 5, de 10, de 20 e de 50 que era a Princesa Isabel. Aprendi que cada uma tinha um valor e eu podia usa-las pra comprar o que eu quisesse. Um dia eu fui na venda do Zé Teixeira e comprei um pedaço de caçarola e ainda tive o troco, mas foi em moeda. Fiquei muito feliz, para mim aquilo era uma descoberta e representava a minha independência financeira. Foi um tempo muito bom em São Pedro do Avaí, minha terra natal onde um dia eu quero voltar, se possível com bastante dinheiro pra gastar. (12-11-2020)

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