PENA DE MORTE

Um olhar distante, profundo,
crava nas paredes cinzas
à procura de outro olhar.
Busca clemência, talvez numa voz,
numa simples palavra,
mas não encontra.
Um gesto desesperado, incerto,
desenha no ar seu lamento
perdido nas asas do vento.
Um rosto cansado, imerso em dores,
mergulha tristonho nos mil corredores,
escravo das horas, contando o tempo...
A vida tremula na haste do sonho,
(Bandeira sem nome que longe se agita)
e chora, resiste, murmura e grita...
Aos poucos distante o sol se esconde,
um corpo caminha, não sabe pra onde,
a morte é certa, sentença maldita.
Cícero Alvernaz

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