MINEIRO DESCONFIADO
Ele oiou pra mim com cara de deboche, depois virô a cara e depois oiou de novo. Fingi que não vi pra nun arrumá confusão. Pensei: "quem oia muito qué comprá". Disfarcei e saí de perto, mais ele continuô me oioano. Pensei: "O que esse cara qué cumigo?". Me afastei mais um poco e procurei fazê arguma coisa, mais quando eu percebi o tal sujeito já estava perto me oiano. Não consegui escapar: ele me oiou de novo e priguntô: "Como é o seu nomi? Parece que ti cunheço". Fiquei cum medo, afinar hoje tem muito ladrão puraí. Oiei pra ele e priguntei: "Cumé o seu nome? Cê me cunhece de onde?". Ele disse: "Mi descurpe, mas ocê não me é estranho". Peguei corage e então começamo a conversar. No finar, só pra incurtá a cunversa, eu discubri que nois fomo vizinho muito tempo e inté jogamo bola junto. Demo um abraço de amigo e eu inté convidei ele pra tomá um café lá em casa. Realmente, minero é muito disconfiado. (21-04-2020)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL