PALAVRÕES
Na boca de quem fala palavrões, essas palavras chulas soam bem e tem o mesmo sabor que tem um alimento. Chega a escorrer saliva pelos cantos da boca tal o prazer que se tem em pronunciar essas palavras "sujas, feias e inconvenientes". Dá pra ver e sentir o imenso prazer que a pessoa tem soltando esse "esgoto fétido" pela boca como se fosse um lindo poema declamado em público com os aplausos frenéticos da plateia. Para quem ama palavrões, não importa se tem crianças ou senhoras por perto. A pessoa se comporta pior do que se estivesse em um bar, numa balada ou numa "casa de tolerância". Afinal, é um prazer agir assim, é como se fosse uma oração nos lábios de um crente, é como se fosse, de repente, uma declaração de amor feliz e comovente. A pessoa se acostumou assim e não importa onde e com quem esteja, mesmo que estivesse numa igreja nada mudaria. Hoje, se diz que todos devem falar palavrões, que é bom, que acalma, que lava a alma, que faz a pessoa ficar mais leve e mais feliz. Que mundo mais estranho e paradoxal! Tem bocas que se assemelham a um esgoto a céu aberto, ou pior, se parecem com um sepulcro descoberto. "Que as palavras da minha boca e o meditar do meu coração sejam aceitáveis na tua presença, Senhor, minha Rocha e meu vingador". (Salmo 19. 14).

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