BRINCANDO DE MORRER
A gente não acredita, mas depois passa a acreditar. No momento a gente confunde e mistura a morte com a vida, o real com o irreal, o sonho com a realidade, a vida com a morte. Quase todos os dias morrem pessoas conhecidas, pessoas que, de alguma forma, a gente admirava e curtia. Mas elas morrem brincando como brincaram a vida toda, são transladadas, levadas, abduzidas ou, simplesmente, retiradas da vida como estrelas para brilhar em outro lugar. Ontem eu vi alguns vídeos do humorista Patropi, ou Fofão e fiquei pensando no talento e na importância de uma pessoa para as crianças e para os adultos. Como alguém pode levar tantas pessoas ao delírio, ao sorriso e ao choro com poucas palavras e tamanha inteligência e maestria. Orival Pessini, ator, autor de personagens desde a década de 70 morreu aos 72 anos vítima de um câncer. Não acredito que as pessoas morrem de verdade, insisto em não acreditar. As pessoas, na verdade, brincam de morrer. (15-10-2016)

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