ANIMAL SEM DONO
Me deito sem sono:
animal sem dono
vagando em meu abandono
com pensamentos distantes...
Percorro aldeias,
cidades e vilas,
escuras florestas,
sem lar e sem festas,
sem onde pousar.
Animal sem dono
vagando nas ruas,
mexendo no lixo,
apenas um bicho
assim maltratado.
Meu triste estado
me faz repulsivo,
porém, estou vivo,
carente, ativo,
e cheio de anseios.
O sono me alcança,
me leva pra longe,
transforma em criança,
um velho, adulto,
me vejo num sonho
perdido, tristonho...
Animal sem dono
em seu abandono,
a vida é isto:
apenas um sonho
do qual se acorda
e às vezes lamenta,
depois se levanta
e a tudo aguenta.
Cícero Alvernaz (autor) 11-10-2016.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL