RECADO
Mandei um recado num papel dobrado
bem endereçado e bem redigido.
Esse meu recado depois foi rasgado
e no chão jogado, pisado e cuspido.
Mas era um recado dado sem maldade,
sem leviandade e sem mal querença.
Apenas ali o que escrevi foi o que eu pensei,
foi o que eu achei, foi sem desavença.
Mandei um recado num papel dobrado
bem caligrafado, feito com carinho.
Foi escrito à mão com dedicação,
sem altercação, bem devagarinho.
Esperei resposta com ansiedade,
pois era importante este meu recado.
Depois de uns dias eu fiquei sabendo
que alguém o lendo ficou irritado.
Para concluir devo aqui dizer
que não me irritei nem me importei.
Foi dado o recado, eu fiz meu dever,
o que aconteceu nunca saberei.
Cícero Alvernaz (autor) 28-03-2016.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL

PASSARINHO MORTO