ANDANÇAS

Caminhei de rio acima,
de ladeira, de aguapés,
muitas voltas, muitas léguas,
muitos pontos e revés.
De andar me vi cansado,
me quedei então curvado
qual bichinho fatigado,
doeu muito os meus pés.

Caminhada sem destino,
sem ter pressa de chegar,
eu me vi como um menino
pela vida a vagar.
No cavalo da história,
pelas páginas do tempo,
me quedei então cansado
açoitado pelo vento.

E por todos os caminhos
eu me achei em desatino,
procurando a estrela
tão amiga do menino.
Mas o tempo foi passando
escorrendo nos meus dedos,
como chuva que desenha,
molha tudo e causa medos.

Nas andanças desta vida
eu senti doer meu peito,
sofri muito e chorei,
mas venci com o meu jeito.
Pelas curvas dos caminhos
eu sozinho meditei
e me vi desanimado,
depois pra casa voltei.

Cícero Alvernaz (autor) 11-01-2016.

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