POR SUA CAUSA
Por sua causa eu rasguei o verbo,
eu rasguei a roupa, arrisquei a vida.
Por sua causa me virei do avesso
e paguei o preço, fiquei sem saída.

Por sua causa desisti de tudo
e fiquei sem nada procurando um rumo
ou alguma estrada.
Por sua causa levantei da cama,
me joguei na lama e não vi mais nada.

Por sua causa caminhei a pé,
fui até Bagé, Macaé, Natal,
Ijuí e Franca.
Por sua causa eu corri de medo,
fui até Sarzedo numa mula manca.

Por sua causa atravessei um rio
bem na correnteza com mil jacarés,
sem saber nadar.
Por sua causa enfrentei de tudo
e me fiz de mudo pra não apanhar.

Cícero Alvernaz (autor), 06-06-2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL