SEM RUMO
Uma
prece, um pedido,
Grito
de um animal ferido
Que
não sabe o que fazer.
Olhar
atônico sem rumo,
Perdido
num triste resumo
Que
ninguém pode entender.
Distante,
caído na estrada,
Pensando
na vida, pensando em nada,
Sem
forças para viver.
Passarinho
sem destino
A
voar em desatino
Sem
ter a quem recorrer.
Cercado
de um medo medonho
A
procurar por um sonho
Que
ficou em meio à bruma.
Seu
olhar percebe tudo,
O
peito não sente, contudo,
E
assim não se acostuma.
Sozinho
na multidão
Que
se vai sem direção
Tropeçando
pela rua.
Mas
o poeta se inclina,
Pensa
no olhar da menina
E
a vida continua.
Numa
prece que se eleva
Ele
a tudo observa
Com
seu jeito, com seu dom.
Olhar
atônito, perdido,
Pela
saudade ferido,
Lá
se vai um homem bom.
Cícero
Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)
Mogi
Guaçu, 26 de junho de 2008.
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