“ESTOU DE MAL”
Um comportamento muito comum na
infância - que todos algum dia certamente já tiveram é “ficar de mal”. Parece
coisa de criança, mas também é coisa de adulto. Ficar de mal, ficar sem se
falar, sem se comunicar por algum motivo - entre pessoas adultas - é mais comum
do que se parece.
Ás vezes até por um motivo banal, de
repente, pessoas adultas, principalmente casais, fecham a cara literalmente e
alguns ficam até meses sem se falar. Soube através da imprensa que um
determinado casal ficou dezesseis anos sem se falar, e neste período o referido
casal teve oito filhos, ou seja, ficou sem se comunicar, mas não ficou sem se
procurar. Menos mal, afinal, o amor não tem culpa de nossos caprichos.
Ficar de mal, quando se é criança, é
uma experiência inevitável e muito doída. Aquele amiguinho, aquela amiguinha...
“Eu não falo mais com ele! Nunca mais!”. Os dias se passam e, ás vezes sem
querer, sentimos falta daquele papo, daquele olhar e até daquelas briguinhas.
Mas não queremos dar o braço a torcer. Estou de mal, estou de mal. Quando
dormimos, sonhamos com a tal pessoa e acordamos pensativos e deprimidos.
Imaginamos então que o mesmo pode estar acontecendo com ela. Bate uma saudade,
um misto de amor e ódio, uma vontade de encontrar aquela pessoa que um dia
tanto nos magoou e lhe dizer entre lágrimas: “Vamos fazer as pazes?!”. Mas isto
parece tão difícil!
O coração não agüenta mais, não suporta
mais esta situação. Ele só sabe amar e não entende o que está acontecendo. Ele
sofre, bate forte e continua triste. Na verdade, não existe mais ódio, nem
rancor, nem lembranças daquilo que um dia aconteceu. No meu coração eu já
perdoei. É preciso acabar com esta
diferença. É preciso esquecer de vez tudo que se passou. Deus já nos perdoou,
por isto não tem mais sentido a gente continuar “de mal”. Um abraço sela a
nossa amizade que, na verdade, nunca deixou de existir: apenas se deixou levar
pelos caprichos da mente e pelas vaidades do corpo. Mas Deus nos uniu de novo e
nos fez ver o quanto estávamos errados.
E tudo que Ele faz é bem feito.
Cícero Alvernaz (Membro da Academia
Guaçuana de Letras).
Mogi Guaçu, SP, 10 de janeiro de 2012.
Comentários
Então o melhor é se isolar e pensar um pouco ... Nos prós e nos contras...e só depois tomar uma atitude adequada.
Tem pessoas que levam mais tempo nesse estado....sendo assim ficam mais tempo sem querer falar com o principal envolvido(a)....Tem-se que ter paciência e dar o tempo que a pessoa precisa para que ela volte ao normal e retome a sua vida.....Realmente isso é coisa do coração de cada um.....por isso ele precisa ser respeitado...Tudo tem o seu devido tempo. E quem magoou precisa entender e dar o espaço que a outra pessoa precisa.