ELA
Ela colhia espigas e eu colhia o seu sorriso imaginário com o qual eu sonhara toda a noite. Eu a via sozinha na roça e me imaginava ajudando-a no seu trabalho diário. Ela colhia flores imaginárias e eu colhia o seu sorriso imaginário e escrevia no meu diário as peripécias daquele dia. Era muito desejo sob o sol causticante que inundava o meu instante de desejo e de prazer. Era bom vê-la assim no seu afã desde a manhã até ao meio dia quando ela se recolhia e levava consigo a sua colheita. De longe eu a observava e no peito eu sentia que mesmo distante eu a amava.
(25-11-2022)
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