E AGORA JOSÉ?

Quantas vezes repetimos como o poeta Drummond: "E agora José?". De repente parece que tudo se fecha e não deixa sequer uma brecha por onde se pode olhar. Tudo fica escuro cercado de muro cheio de trepadeiras e a gente fica sem saber nada, só ouvindo besteira. Não sabe se vai, ou se volta, ou se fica, porque nada explica essa nossa situação. Tudo fica perdido e a gente fica esquecido e vendido sem valor, sem preço e sem endereço como um objeto qualquer, sem carinho e sem mulher. E agora José? E agora Mané? O que fazer da vida? O que esperar da vida? Não vemos nenhum lugar em que se possa segurar. Não vemos nenhuma mão estendida em que podemos confiar e então exclamamos: E agora José?
(21-08-2022)

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