O CASO DA CUMADE

Duas cumades conversano: "Sabe, cumade, onte quando eu intrei no mato pra fazê uma necessidade a saia ingastaiô num gaio e quanto mais eu puxava mais ingastaiava. Nu cumeço eu dei risada, mais dispois vi que o trem era sério. Ouvi uns baruio e aí fiquei nervosa, pois pudia cê argum home ou inté um animar e nada do gaio me sortá. Nunca tive tanto medo na vida". A otra cumade ouvia atentamente sem sabê se ria, ou se chorava, pois o trem foi feio mesmo. De repente a cumade perguntô: "E comocê consiguiu saí? A outra falou: "Eu nem sei, mais eu cunsiqui. De tanto puxá o trem rebentô e eu caí, mais num machuquei. Saí correno do mei do mato e parece que tinha um boi atrais, cheguei a sinti o chifre dele nas nadiga. Quando dei pur mim já tava no caminho sã e sarva. Passado aquilo eu fui me recuperano e dispois dei risada do aconticido". Hoje quando lembro acho graça, mais na hora num foi nada ingraçado. Filizmente foi só um susto e nunca mais intrei naquele mato. Na verdade não gosto nem de passá perto".

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