PAQUERA
Desde adolescente que eu ouço falar essa palavra. Acho até que já paquerei bastante, às vezes sem saber que aquilo era paquera. Amei do meu jeito, doeu o meu peito, perdi o sono, me senti no abandono pensando em algo e em alguém que talvez nem sabia que eu existia. Depois a paquera virou coisa séria e eu quase morri. Tudo isto faz parte da vida e se intensifica numa certa idade. Depois a gente começa viver a realidade e vê que tudo aquilo era ilusão, chuva de verão, coisas do coração. Mas paquerar é muito bom, acho que foi nesta época que eu comecei a escrever poesia, talvez para suportar ou aumentar aquela dor que não passava e sempre vinha latejando no meu peito. Hoje recordo e tenho saudade daquele tempo inocente em que a gente sonhava acordado em pleno dia e fazia poesia como forma de curtir aquele amor. A paquera envolve muito e judia da gente, pois nem sempre se é correspondido. É um amor diferente que brota de repente e castiga sem dó a vida da gente.
(30-08-2019)

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