DEPOIS...
Depois vem o vento
e a chuva cai,
o livro se abre,
suas folhas se abraçam,
o riso se fecha,
a boca se abre,
o sonho se cala,
há vozes na sala,
há sons pelo ar...
Depois vem o vento
e a chuva cai,
o livro se abre,
suas folhas se abraçam,
o riso se fecha,
a boca se abre,
o sonho se cala,
há vozes na sala,
há sons pelo ar...
Depois, o sol se escurece,
a terra estremece,
o homem se entrega,
casal se esfrega
na noite sem luz,
na rua escura,
no templo do amor.
Depois, o sim vira não,
e bate apressado
qualquer coração,
palavras se ouvem
no espaço da noite,
ao longo da estrada
pela madrugada
que é longa e fria,
também a poesia
enfim reaparece
qual canto ou prece,
qual sonho, canção.
Depois, o dia amanhece,
o sol aparece
queimando a terra,
o homem se volta
e olha pro lado
sozinho, calado,
se vai pro trabalho,
a vida é doce,
o dia é morno,
o amor se escondeu.
Depois, no mesmo compasso,
te dou um abraço,
me sinto mais eu.
Cícero Alvernaz (autor)
09-03-2018.
09-03-2018.
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