PELA FRESTA DA JANELA
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os comensais, o anfitrião,
vi a luz bruxuleante de uma vela,
vi também um velho lampião.
Vi a moça feia que dançava,
vi o homem tonto que olhava,
vi que alguém sorria e espiava
todo aquele quadro de horrores
que fora pintado em tantas cores.
Pela fresta da janela
eu vi a festa, vi a cara dela,
vi os convidados todos juntos,
deu até pra ouvir alguns assuntos,
tudo pela fresta da janela.
Eu queria entrar, participar,
ver, comer, beber e me folgar,
mas só vi da fresta da janela
velho lampião e a luz da vela,
pois ninguém chamou-me para entrar.
Cícero Alvernaz (autor)
07-11-2017.

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