TRISTEZA
Falar de alegria é fácil e é muito bom. Falar do Rock in Rio, dos shows e suas peripécias e exageros, falar das aventuras pelos campos e cidades, das festas regadas a tantas bebidas que escorrem pelas bocas e antes de esvaziar um copo alguém já aparece para reenche-lo. Alegria, alegria, alegria! Falar de alegria é tão bom que até as igrejas já entraram nessa onda. Por mais paradoxal que pareça, eu prefiro falar de tristeza. Talvez por isto os meus leitores não são muitos. Falar de tristeza, sentir tristeza, me quedar cabisbaixo e pensativo como um menino que perdeu ou quebrou o seu brinquedo, ou como alguém que treme de medo perdido por aí, ou em alguma "fila da morte". Suspirar e chorar às vezes sem lágrimas para derramar de tanto que já chorou, se expressar através do sentimento e do sofrimento, amar sem ser amado, ficar sentado ou agachado, escondido e perdido... Falar de alegria é fácil e corriqueiro, mas primeiro eu quero falar de tristeza, falar da realidade, do meu choro convulsivo por mim e pela humanidade e me revoltar e chorar e olhar o mundo com o meu sentimento profundo e os olhos inchados de tanto chorar, num ímpeto de dor, sofrimento e tristeza. (20-09-2017)

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