ESTOU SEM INTERNET
Me falta um pedaço ou vários,
me falta espaço e um longo abraço,
algo que me dê apoio e autoconfiança, 
algo que me dê esperança.


Caminho como criança:
um passo depois do outro,
pé ante pé,
tentando exercitar a minha fé,
fugindo dos buracos
que aparecem e zombam de mim.


Estou inseguro e juro
que está difícil viver assim.
Roubaram meu brinquedo preferido
e hoje me pareço um animal ferido,
um mar sem ondas,
um barquinho sem mar.


Dá vontade de gritar
e até mesmo de chorar,
mas eu vou superar,
vou vencer este impasse,
vou me recuperar do trauma,
vou sair deste desenlace.


Estou sem internet,
esta dor me acomete,
contra o mundo me arremete,
mas podia ser bem pior.
Podia, quem sabe, assim,
ser algo muito ruim,
algo assim, bem pior.


Na verdade, não é nada,
vou seguir a minha estrada,
vou criar na crise,
vou superar o deslize
e mesmo que alguém me pise
vou vencer.


Podia ser bem pior.
Pode crer,
Podia ser bem pior,
mas já estou me sentindo melhor.
Cícero Alvernaz (autor) 25-09-2016.

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