HOJE
Hoje, eu me destino
a ser de novo menino,
a ser um sonho andante,
um pequeno viajante
sem entrada e sem saída.
No meu barco inseguro
vou respirando ar puro,
vou seguindo pela vida.
Hoje, eu me revolto,
fico parado num ponto
esperando a condução,
fico jogado num canto
sem amor e sem canção.
Hoje, eu caminho sem destino
qual um pequeno menino
que vai por aí sem medo
distribuindo segredo
na palma da sua mão.
Hoje, os meus sonhos desfeitos,
trago guardados no peito
carregado de saudade.
Hoje, a tristeza me invade,
mas amanhã, outro dia,
certamente a alegria
eu terei pela cidade.
Hoje, quero apenas aventura,
sou pequena criatura
que o tempo conservou.
Hoje, sou a sombra sem esquina,
sou matéria que se ensina,
coração que já amou.
Cícero Alvernaz (autor) 20-05-2016.

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