DE FRENTE
De frente pra mim,
olhares atentos,
perdido enfim,
surpreso assim
procuro meu riso,
porém indeciso,
me fito, me vejo
olhares atentos,
perdido enfim,
surpreso assim
procuro meu riso,
porém indeciso,
me fito, me vejo
sem fé, sem desejo,
apenas me olho,
também sem saudade,
um pouco vermelho
diante do espelho
que não me reprova,
apenas me olho,
também sem saudade,
um pouco vermelho
diante do espelho
que não me reprova,
também não aprova,
sequer me ignora,
pois ele reflete
um homem que insiste,
a imagem resiste
a essa sessão,
sequer me ignora,
pois ele reflete
um homem que insiste,
a imagem resiste
a essa sessão,
de olhares e anseios
diante do espelho
que não se intromete:
apenas reflete
de frente pra mim,
olhares atentos
assim eu me noto
diante do espelho
que não se intromete:
apenas reflete
de frente pra mim,
olhares atentos
assim eu me noto
tirando uma foto
num tempo preciso
em meio ao sorriso
estranho, forçado,
eu meio acanhado
ali me ajeito,
perdido, sentido,
e introvertido,
mas nunca suspeito.
num tempo preciso
em meio ao sorriso
estranho, forçado,
eu meio acanhado
ali me ajeito,
perdido, sentido,
e introvertido,
mas nunca suspeito.
Cícero Alvernaz (autor) 13-05-2016.
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