OS MISERÁVEIS
E tem o rancho
e os arranchados,
tem os desabrigados,
os iludidos, os desiludidos,
e os odiados.
Tem os famintos,
os miseráveis
e os encarcerados,
tem os perdidos,
os desvalidos
e os sentenciados,
tem os armados
os desalmados
e os predestinados.
E tem o rancho
e os arranchados,
vítimas do contexto
que sob algum pretexto
vivem sem vida
e sem sorte
aguardando, quem sabe,
a morte
ou alguma ajuda do governo.
Mas as eleições estão longe
e o "Bolsa tudo"
ainda não chegou lá.
Nesta vida, na verdade,
ninguém dá:
só há troca de favores
e tão cruéis dissabores
e as mais profundas dores
doendo de lá e de cá.
E tem o povo que acredita
e muitas vezes desmaia,
mas não arreda uma palha
para a coisa melhorar.
E tem o rancho
e os arranchados
neste País abastado
onde o povo é roubado
até mesmo sem ter nada.
E assim vão caminhando,
como pedras vão rolando
dentro de alguma estrada.
E tem o rancho
e os arranchados,
tem os desabrigados,
os iludidos, os desiludidos,
e os odiados.
Tem os famintos,
os miseráveis
e os encarcerados,
tem os perdidos,
os desvalidos
e os sentenciados,
tem os armados
os desalmados
e os predestinados.
E tem o rancho
e os arranchados,
vítimas do contexto
que sob algum pretexto
vivem sem vida
e sem sorte
aguardando, quem sabe,
a morte
ou alguma ajuda do governo.
Mas as eleições estão longe
e o "Bolsa tudo"
ainda não chegou lá.
Nesta vida, na verdade,
ninguém dá:
só há troca de favores
e tão cruéis dissabores
e as mais profundas dores
doendo de lá e de cá.
E tem o povo que acredita
e muitas vezes desmaia,
mas não arreda uma palha
para a coisa melhorar.
E tem o rancho
e os arranchados
neste País abastado
onde o povo é roubado
até mesmo sem ter nada.
E assim vão caminhando,
como pedras vão rolando
dentro de alguma estrada.
Cícero Alvernaz (autor), 31-08-2015.
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