MINHA DIVERSÃO PREFERIDA
Nunca fui muito divertido
e nunca me diverti muito.
Diversão e estripulia
nunca foram o mais importante
no meu dia a dia.
Preferi, na contramão,
a poesia.

Mas a minha poesia
não é bem poesia:
é mais uma diversão,
cheia de tristeza e de alegria.

É um querer sem querer,
um falar sem dizer,
- muito mais um gemer -
sobre as coisas
que gostam de acontecer
e vêm de repente
a nos surpreender...

Nunca fui muito divertido
e nunca me diverti muito.
Meu material era diferente:
coisa que eu inventava de repente
de acordo com o meu gosto
e o meu jeito inteligente
de ver o mundo
com outras lentes.

A minha diversão preferida
sempre foi a vida
com suas nuances
e suas feridas
que não doem,
mas também não cicatrizam:
ficam expostas
para quem quer ver
e para quem não quer ver.

A vida sempre foi o meu palco,
minha estrada, meu camarim.
Por isto vivo
e sempre me divirto assim.

Cícero Alvernaz (autor), 10-06-2015.


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