CARTAS

Eu escrevi muitas cartas.
Cheguei a ter mais de vinte amigos.
Eu recebia cartas, cartinhas, cartões
e tinha algumas cartas que pareciam jornal.
Eu respondia todas com o mesmo amor.
Aos poucos tudo foi rareando
e isto me deixava preocupado.
O carteiro passava,
mas não deixava nenhuma carta.
Por fim, eu parei de escrever cartas
porque não tinha respostas.
Mas aquele costume me marcou muito.
Meu destino era mesmo ser escritor
e aquelas cartas marcaram o princípio de tudo.
Hoje só resta a saudade.
Até os cartões eu rasguei e joguei no lixo.
A vida é uma carta aberta,
é um sonho e muitas vezes
é uma grande decepção.
20-10-2022.

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