FINGIMENTO
Eu finjo que sou o que não sou, depois finjo que não sou o que sou e vou vivendo de fingimento em fingimento. Neste mundo é normal as pessoas fingirem e até se subtraírem para obter algum eventual lucro. Poderíamos até conjugar o verbo fingir. Eu, tu, ele, nós vós, eles. Enfim, a vida é um eterno fingimento. Interpretamos diversos papeis na novela da vida. Desde a manhã até à noite propagamos a nossa arte por toda parte como um artista profissional que decora os seus textos e é exímio na arte de interpretar. De repente eu não sou eu e nem sou você e vice versa. Precisamos nos comportar assim para podermos sobreviver neste calabouço em que o mundo se transformou. Temos que nos resguardar, nos proteger, nos cuidar e essa é uma necessidade no nosso dia a dia. Somos tangidos e obrigados a vivermos assim. Eu finjo e coloco uma máscara para me proteger e para proteger os meus pares. Há pessoas que chegam a ficar invisíveis, ou quase, para se movimentar entre os demais. Eu não posso ser eu e não consigo ser outro, daí a necessidade do fingimento. O mundo me obrigou a ser assim, a sociedade é assim e eu faço parte dela. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL