A MINHA HISTÓRIA

Se eu lhe contar a minha história você chora,
depois me dá um abraço e logo vai-se embora.
Minha história começa quando nasci
e vai se espalhando por aí.
De Minas eu vim parar aqui
e encontrei coisas que eu nunca vi.
Mas essa história não tem só tristeza:
tem até momentos de leveza, de risos, brincadeiras,
sentado numa praça, feliz achando graça
debaixo de uma paineira eu vi um sorveteiro,
queria um picolé, o sorveteiro me olhou
e nem se importou e logo deu no pé.
Fazia um calorzão, suor me escorria,
o sol estava quente, era quase meio dia.
Fiquei sem picolé, depois eu fui a pé andando para casa,
debaixo do meu pé o asfalto estava quente parecendo uma brasa.
Cheguei então cansado, já tinham almoçado
e não sobrou pra mim.
Sentei em um sofá, me estiquei assim,
depois deitei, dormi, ninguém ligou pra mim.
Se eu lhe contar a minha história você chora,
depois me dá um abraço e logo vai-se embora.
(14-10-2020) Cícero Alvernaz

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